03 outubro 2020

A chave (3)

27 de Setembro de 2014


Descodificação 

O nosso Irmão Templário recebe então um texto codificado cujo conteúdo é: "Í u Urewúrou guv Hregiv. Akueme a kue dbanan fe Dbaroma.." 

Munindo-se da sua Pentacripta, o Cavaleiro vai então descodificar o texto. O primeiro pormenor que ele procura vai encontrá-lo no último ponto final.

Também repararam? Pois é, tem 2 pontos finais (Dbaroma ..)

É este ponto final a mais que lhe vai indicar que o texto foi cifrado em modo "Linha" ou modo "L". Se tivesse apenas um ponto final no fim do texto então tinha sido utilizado o modo "Palavra" ou modo "P" e então todo o texto tinha sido cifrado utilizando a última vogal de cada palavra. Ou seja, tinha sido cifrado palavra a palavra. O que não é o caso do nosso exemplo. Vamos então recuperar o texto original, descodificando-o. 

A primeira linha acaba na palavra "Hregiv." A última vogal é o "i" de "Hreg i v." Vamos ao nosso quadro e na coluna da direita vemos qual a linha horizontal que corresponde à vogal de controle "i" de Ismael. É a mesma segunda linha que antes foi utilizada para codificar o texto com a vogal de controle "e" de Ernesto, só que agora vamos "...reverter toda a estratégia." ou seja, pegamos nas vogais e consoantes que estão no texto codificado e vamos, na tabela inferior e na linha do "i" de controle, procurar a sua correspondência na tabela superior. 

Por exemplo, se tivermos um "u" no texto codificado e quisermos saber a que vogal ele corresponde no texto original, vamos à linha horizontal da vogal de controle "i" (a segunda linha da tabela inferior) e vemos onde o "u" intercepta na vertical a vogal da tabela superior. Verificamos que corresponde ao "o", que é a vogal do texto original (ver Quadro 3). 

Quadro 3 

Então, começamos pelo "Í" e seguindo o nosso raciocínio verificamos que o "i" da linha de controle corresponde ao "e" da tabela superior. Temos assim recuperado o "É" da linha de texto original. 
Fazemos o mesmo ao "u" seguinte, como exemplificámos acima e obtemos o "o" original. Repetimos o procedimento para toda a palavra "Urewúrou". 

O "u" de "U rewúrou" será o "o" de "O ratório", o "r" é uma consoante fixa e portanto permanece como está, o "e" de "Ur e wúrou" será o "a" de "Or a tório" e por aí a diante até ao fim da palavra e de todas as palavras até ao fim da linha de texto. 

A segunda linha do texto cifrado acaba na palavra "Dbaroma..". 
A vogal de controle será o "a" de "Dbarom a ..", que está na coluna da direita, na primeira linha horizontal da tabela inferior. 

Como se pode verificar, as vogais desta linha são iguais, em disposição, às da tabela superior. Portanto, as vogais do texto codificado vão permanecer as mesmas e só as consoantes móveis vão recuar uma vez, pois agora o processo é contrário ao da codificação. 

Se, por exemplo, a vogal de controle fosse um "o" (seria a vogal de controle "o" da coluna da direita, na tabela inferior, que corresponde ao "u" da tabela da esquerda) então as vogais recuariam 4 vezes e as consoantes 5, como nos diz "Mestre Urbano". 

No fim, o nosso Cavaleiro, decifrado o texto, obteria a mensagem: 

"É o Oratório dos Frades. Aquele a que chamam de Charola."

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