Salão dos murmúrios

6 de Maio de 2015 

 




                    Entramos silenciosos nas caves do Templo
                    Reconhecemos imediatamente cada pedra... cada parede...
                    cada tecto... cada porta... cada degrau... cada recanto...

                    Propaga-se o som ambiente pelos amplos espaços.
                    Porém, o eco devolvido por cada uma daquelas pedras
                    parece divergente, difuso, intemporal.
                    É-nos familiar. Sentimo-nos em casa...

                    Paramos no meio do grande salão. Inclinamo-nos.
                    Colocamos um joelho naquele chão sagrado.
                    Baixamos a cabeça e de olhos fechados, escutamos...

                    Mentalmente, penetramos a matéria até ao coração da Masjid.
                    Abstraídos de tudo, tentamos ouvi-la.
                    A princípio custa a perceber o seu longínquo murmúrio.
                    Mas, aos poucos, ele se torna num suave e nítido sussurro:

                     "... a luta entre o bem e o mal não se faz com exércitos.
                     Ela é feita de vidas. Pode durar uma ou mil.
                     Ou toda a tua eternidade.
                    Volta sempre que quiseres, velho Espírito.
                    Teu guerreiro da Luz será sempre bem vindo."

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