18 de Agosto de 2016
"Aprendi com os homens que há portas que nos levam ao inferno. Curioso, fui ver e desci às profundezas da terra. E lá estava ela. Passei-a hesitante e vi-me num enorme lago. Receei que chamas demoníacas irrompessem das águas. Mas só escutei um infernal silêncio. Sosseguei...
Gotas cristalinas caiam numa cadência melodiosa e quase ordenada, do alto da abóbada rochosa. Pling... ploc... plic... ploc... Aos poucos, senti invadir-me uma infernal paz.
Não sei quanto tempo ali estive naquele infernal paraíso.
Nem como voltei a passar aquela porta de Hades.
Só sei que regressei muito mais esclarecido, ao inferno dos homens."
Pedra do lintel de uma das portas de Hades do castelo Templário de Thomar
Das profundezas do submundo antigo às actuais "oficinas da sabedoria oculta", jaz hoje num lapidar abandono, testemunha da ignorância do homem moderno para o qual, o saber, será sempre e apenas uma pequena gota num oceano desconhecido.
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