A primeira "Cruz de Portugal"
(esboço feito a partir do original)
Oferecida, em 1153, por S. Bernardo de Claraval, pouco antes de este falecer (e por sugestão do seu querido Irmão Suger), aos monges "brancos" de Cister da primitiva Santa Maria de Alcobaça, e ainda antes de estes receberem a doação oficial do couto por parte de D. Afonso I, a Cruz de Portugal seria um importante símbolo da protecção divina do recém criado Reino de Portugal.
Entregue a sua custódia ao Mestre Fr. Hugo Martim que a levou e depositou na igreja de Santa Maria da Alcáçova, em Santarém, na altura Sede da Ordem do Templo em Portugal, ali se manteve até ser mudada para Tomar para ser colocada no Terreiro de Santiago do castelo Templário de Santa Maria de Sião, onde esteve até às vésperas da partida para a primeira tomada de Silves.
Carta de Doação do couto de Alcobaça aos monges de Cister
Retirada da sua base octogonal, foi levada com a esquadra Templária até terras do Algarve onde aguardou, na foz do Arade, que Silves fosse tomada pelos cristãos. Esteve depositada na convertida mesquita da cidade até à retoma desta por parte dos árabes dois anos depois, quando desapareceu. Pensou-se sempre que tinha sido destruída nessa altura, pois nunca mais se soube do seu paradeiro. Sabemos agora que foi recolhida durante os ataques e escondida nos subterrâneos do castelo. Para o seu recente resgate contribuíram bastante os indícios históricos que nos foram deixados, um pouco dispersos, e que, do "cerrado dos cães" do castelo de Tomar nos levaram à "cisterna dos cães" do castelo de Silves. Afinal não eram "cães", eram "leões".
Talvez esta primitiva Cruz de Portugal tenha justificado a demora nas nossas publicações. Tendo-lhe apanhado o rasto, só parámos quando a encontrámos. Recuperada, tratada e devidamente catalogada, é o mais recente item que enriquece hoje o já vasto espólio histórico da Ordem dos Cavaleiros Templários Portugueses. O que é do Templo, ao Templo regressa.
- O nosso profundo agradecimento ao Sr. J. Cercas por nos ter facilitado o acesso a partir do seu quintal e nos ter indicado, no túnel, a pedra com a marca dos "leõezinhos".
- A divulgação de relíquias sagradas da Ordem serão, por diversas razões (não só de segurança mas da própria sacralidade das mesmas), sempre aqui representadas por esboços feitos a partir dos originais.
Fr. João do Paço
cronista-mor
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