Têm-nos pedido com insistência para falarmos aqui sobre Tomar. Não queríamos fazê-lo por agora, mas insistiram. Em alguns dos pedidos, pareceu-nos ver uma ponta de ironia e provocação. Criaremos, a seu tempo, uma etiqueta-tópico sobre Thomar. Actualmente, Tomar é, para muitos, puro folclore esotérico. Entretenimento de fim-de-semana. Miragem de tesouros escondidos em passagens secretas. Vã ilusão. Para outros, é forte sentimento nostálgico. Local de profunda reflexão e sentido respeito pela memória dos Templários. Recordação dilacerante de uma época dourada.
Thomar...
Para nós, Templários Portugueses, Thomar é: (parafraseando Salahadin quando, após a tomada de Jerusalém, lhe perguntaram o que a cidade significava para ele) "Nada... e tudo!" É o velho castelo e a 'charola', reconstruídos pelos Templários; com as suas reminiscências das épocas romana e godo-árabe. É a igreja de Santa Maria do castelo. É a Fonte das Bétulas, prenhes de sâmaras, junto da vetusta calçada árabe. É a veneranda Santa Maria do Olival ...É tudo! É o novo convento henriquino, manuelino, joanino, tristemente antonino. São as demolições, os entulhamentos, as deformações, a destruição. São os embelezamentos de um falso esotérico que substituíu o genuíno simbolismo Templário. ...É nada! É Thomar, dos nossos irmãos monges-guerreiros que veneraram Santa Maria. É o Thomar do saudoso mestre Gualdim e da sagrada milícia do Templo. É o Thomar do conhecimento, do centro espiritual da Ordem. ...É tudo! É a Tomar moderna, incaracterística, ignorada. A Tomar do mármore, do inox, do betão, do plástico. É a Tomar dos falsos zeladores de património, dos pseudo-guardiões, dos neo-templários de fim-de-semana que trazem a cruz do Templo à mistura com esquadros e compassos, numa relação desconexa, historicamente fraudulenta. ...É nada! Thomar é, para o Templário Português, a relação amor-ódio, proximidade-distância, atracção-repulsa, saudade-abandono.
O profano e o Sagrado. É nada ...e é tudo!
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