Castelo Novo

18 de Fevereiro de 2015


Apesar de muito modificado, isto é o que resta
do antigo Castelo Templário do Lageal, conhecido como Castelo Novo.


Em 1172 El-Rei D. Afonso I de Portugal fez doação à Ordem do Templo do que restava do velho castelo mourisco de Balaq'ruq; uma velha fortaleza árabe em adiantado estado de ruína. 

Entretanto, a pequena comunidade de mouros alforriados ali existente já se estabelecera um pouco mais a nascente sobre os restos de uma outra construção ainda mais antiga. Por este último lugar já se projectar a alguma distância do primeiro e oferecer melhores condições de defesa, Mestre Gualdim Paes decide mandar construir aí um novo castelo, aproveitando os restos materiais da velha fortaleza. Nasce assim o Castelo do Lageal ou, como ficou oficialmente registado na Ordem, Castelo Templário de S. Miguel do Lageal e respectiva Comenda. 

A 23 de Outubro de 1179, Mestre Gualdim atribui a este novo lugar o seu primeiro foral. Em 1199 D. Sancho I faz a doação da região da Açafa à Ordem do Templo e um ano e meio depois, após os Templários reconstruírem (a partir de um velho castro) o Castelo de Montalvão, perto de Nisa, a Ordem entrega o Castelo do Lageal à coroa. 

A 10 de Maio de 1202 D. Pedro Guterres, como seu donatário, atribui novo foral à localidade denominando-a já como Castelo Novo. 

Em Janeiro de 1205, deixa em testamento à Ordem do Templo a terça parte de Castelo Novo, em reconhecida homenagem aos fundadores Templários. 

Ermida de S. Brás 

Construída sobre uma primitiva capela do Templo, a ermida de S. Brás ostenta ainda o símbolo Templário da Ordem de Cristo sobre o arco da porta principal. 

Cruz da Ordem de Cristo 

Junto à fonte de S. Brás (antiga fonte dos mouros) estiveram os túmulos de diversos cavaleiros do Templo e as suas respectivas cabeceiras discóides, entretanto removidas há muito. 

Também há muito aqui se reuniam para orar em conjunto, cristãos e mouros em perfeita harmonia religiosa. Uma das características da convivência Templária. 

Fonte de S. Brás 

Testemunhos desses tempos idos, ainda são perceptíveis na toponímia actual nomes como a Rua da Quinta das Lajes e o Caminho do Barrigoso que conduzia ao mourisco castelo de Balaq'ruq, sendo Barrigoso uma antiga corruptela deste. 

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Queremos aqui agradecer as fotos que João Natividade gentilmente nos enviou e que testemunham a presença da Ordem interna nestas paragens.


"Cruz" da Ordem interna dos Cavaleiros Templários Portugueses, 
em tudo idêntica à que se encontra junto à cisterna do castelo de Longroiva.

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