Em 1161, O Mestre D. Gualdim Pais reconstrói dos restos de uma atalaia pentagonal de origem romana, uma torre de xisto com cunhais de calcário e o pano de muralha do seu pequeno recinto defensivo. Esta irá fazer parte de um conjunto de pequenas fortificações que constituem uma cintura de vigilância ao longo do curso do rio Zêzere, protegendo tácticamente o castelo de Thomar. Nasce a pequena Comenda de Dornes cuja importância estratégica se torna relevante quando os Templários decifram o significado da inscrição romana lavrada na pedra que mais tarde Mestre Gualdim manda colocar como verga na porta da torre:
" ... os povos antigos exploraram as minas de minério nobre, particularmente na região de Dornes, usando métodos primitivos. Os romanos deixaram gravada na pedra de armas que encimava a entrada do forte militar, o significado da sua presença ali: proteger a exploração das minas; de ouro (o círculo a cheio representando o sol) e de prata (o círculo vazado representando a lua). Entre estes símbolos, as 'Armas' da guarnição."
Os Templários facilmente descodificaram a inscrição e mais facilmente deram com as minas abandonadas, retomando a sua exploração, utilizando métodos de extração mais evoluídos e descobrindo novos filões.
" Para nossa surpresa, a terra ofertava-nos ouro puríssimo com a forma de folhas raiadas. A prata, essa encontrávamos na forma de teias de aranha e em rendilhados curiosíssimos. Tudo muito puro que martelávamos e guardávamos em pequenos blocos nas caves do Oratório...".
Dornes, foi o nome dado ao local, por haver junto ao rio uma pedreira subterrânea de onde se cortavam e retiravam as 'dornas' ou 'moendas' usadas nos moinhos de água.
Uns anos mais tarde é edificada uma cerca exterior para protecção dos habitantes de Dornes e, no interior do fortim, na praça de Armas, é mandada construir a pequena igreja de Santa Maria das Dornas, várias vezes reconstruída, hoje com o nome de Nossa Senhora das Dores (outrora do Pranto).
Da primitiva construção restam alguns vestígios, entre eles o brasão de Armas com inscrição referente a D. Frei Gonçalo de Sousa, implantado na fachada principal do templo.
Escreve-se hoje que a igreja foi mandada construir em 1285 pela rainha D. Isabel, o que é falso! A igreja primitiva foi obra de D. Gualdim. O templo manteve a sua traça original até à época do Comendador fr. Gonçalo de Sousa. As reconstruções deram-se mais tarde.
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