Ao longo do tempo vários foram os exemplos da tentativa de branquear a História oficial para a ocultação da verdade, a fim de apagar definitivamente a memória Templária. Este que lhes vamos contar é um desses exemplos.
A partir do ano do Senhor de 1200, ano em que alcançaram uma vasta massa de terra desconhecida, os Templários sediados na ilha Atlântica de S. Miguel fizeram várias expedições ao que consideraram o Novo Mundo (a actual América do Norte e Canadá) e exploraram por diversas vezes a sua costa mantendo estreitos contactos com alguns dos nativos. Em 1247, um mestre canteiro de nome Gonçalo Davo (ou de Avô, vila beirã) propôs a construção, na ponta da última ilha (Ponta do Marco, na ilha do Corvo) de uma estátua que simbolicamente sinalizasse a rota Templária. Queria assim deixar um testemunho Templário para quem ali passasse em direcção ao Ocidente. Foi esculpida na forma de um Cavaleiro do Templo que, montado no seu cavalo, apontava com o dedo esticado da mão direita, o caminho para um novo Mundo. Ali permaneceu por mais dois séculos, altiva no cimo do rochedo, até que o véu da inveja e da mentira a envolveu, ditando o seu destino.
O rei D. Manuel I, cedo mostrou vontade de ficar com os louros da epopeia marítima portuguesa só para si. Era o administrador da Ordem de Cristo mas o núcleo Templário da Ordem mantinha-se fora do seu alcance e da sua influência. E isso foi sempre como uma espinha entalada na sua garganta e na do seu sucessor D. João III. Assim que soube da existência da estátua da Ilha do Corvo, sua Majestade viu nela "signal muy curioso" e, reza a História oficial que a mandou desmontar por "gente sua muy capaz" e trazê-la para Lisboa. Diz também a História que quando chegaram ao local onde estava a estátua, esta já se encontrava derrubada "devido a huma gran tormenta que ali sofreu".
A verdade, que a História omitiu, é que sua Majestade a mandou destruir e trazer para Lisboa "a prova do trabalho feito". Diz também a História oficial, pela pena do seu cronista, que as provas (que não passavam de pequenos pedaços da estátua) guardadas no Paço real, desapareceram misteriosamente dias depois de ali chegarem. Muito conveniente, Majestade. Estátua de um Cavaleiro Templário a apontar, no meio do oceano, para uma nova terra? Que estátua?
Diz ainda a crónica oficial, que havia na base da dita estátua uma inscrição feita numa língua que não conseguiram decifrar ou entender. Desde quando é que a língua portuguesa arcaica era indecifrável para portugueses da época? Desde quando é que a frase " Além é Qahuata, o outro lado do mundo. E este é o caminho português." custava a entender?
A distorção destes factos foi tal, a nível oficial, que ainda hoje há quem defenda que a estátua do Cavaleiro Templário da Ilha do Corvo nunca existiu. O que sua mesquinha Majestade Manuel não contava é que sobrevivesse-mos para testemunhar o contrário...
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