Dualidade

27 de Fevereiro de 2014 



Acorda na noite ainda cerrada.
Os fantasmas de vidas ceifadas
custam a dissipar na madrugada fria.

Sente ainda na pele o peso da máscara
do duro guerreiro que acabara de ser.
O corpo rude suportou mais um embate
mas é agora a alma que se ressente.

Daqui a pouco irá de novo colocar
a máscara fingida do monge...
Como se a súplica vazia da oração
redimisse todo o sangue derramado.

E é neste intervalo entre máscaras
que existe o verdadeiro Templário.
Sem capas, mantos ou maldições, ele se recolhe
Não nos templos fingidos do mundo
mas no seu próprio Templo.

Distante, ele observa o vil mundo em baixo.
Fecha os olhos cansados e agradece.
Que bênção poder ser uno, por instantes...

Mas a maldição do duo existir, reclama-o.
Está na hora de colocar de novo a máscara
...e descer.

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