Soure foi doada aos cavaleiros Templários em 1128 por D. Tereza e confirmada a doação por D. Afonso Henriques em 1129.
Foi a segunda Sede da Ordem do Templo, após Fonte Arcada, em Braga.
A fundação da fortificação de Soure é atribuída aos muçulmanos (séc.IX) que o edificaram a partir de restos de construções de épocas anteriores.
O documento escrito mais antigo que se refere a Soure data de 1043 assinalando a doação, ao Convento da Vacariça, de um mosteiro que ali possuíam os irmãos João, Sisnando, Ordonho e Soleima.
O castelo foi pertença do Conde Sesnando Davides a quem Fernando Magno entregou o governo da região após a tomada de Coimbra em 1064.
Em Julho de 1111 o Conde D. Henrique e a rainha D. Teresa concederam foral à vila. Este importante documento estipulava um conjunto de previlégios fiscais com o objectivo de atrair e fixar as populações.
No período da reconquista Cristã, Soure assume um papel de importância estratégica vital. O seu castelo é, até à conquista de Lisboa, uma praça fortificada, incluída na cintura de edificações militares da defesa de Coimbra definitivamente conquistada em 1064, (juntamente com os castelos de Montemor-o-Velho, Penela, Santa Olaia, Germanelo, Miranda do Corvo e Lousã).
Em 1116 a região sofre uma grande ofensiva muçulmana e a população de Soure incendeia a povoação refugiando-se em Coimbra. Tornou-se local abandonado e antro de feras.
Nova iniciativa para o seu repovoamento registrou-se quando D. Teresa, já viúva, doou os castelos de Soure, Santa Eulália e Quiaios ao conde Fernão Peres de Trava, por permuta com o de Avô (1122). Nesse período, a defesa dos domínios da Vila Nova de Soure e seu castelo foram confiados a Gonçalo Gonçalves, um fidalgo de Viseu, que se destacaria na conquista de Santarém (1147).
A 19 de Março de 1128, D. Tereza concede aos Templários o castelo e todas as terras entre Coimbra e Leiria, vindo a constituir estes domínios a 2ª sede da Ordem em Portugal. Este acto foi confirmado no ano seguinte pelo então Infante D. Afonso:
"(...) esta doação faço, não por mando, ou persuação de alguém, (...) e porque em a vossa Irmandade sou Irmão (...). Eu o Infante D. Afonso com a minha própria mão roboro esta carta." (excerto da carta de doação de Soure por D. Afonso Henriques aos Templários, 1129).
A acção de expansão da Ordem sofre entretanto um duro revez devido a uma nova contra-ofensiva muçulmana que, em 1144, tomou Soure, matando ou levando prisioneiros para Santarém muitos dos seus habitantes.
O castelo tinha uma situação estratégica privilegiada, dada a sua posição de ligação entre os castelos e rotas que atravessavam os territórios de Coimbra e Montemor-o-Velho e a sua proximidade com a confluência dos rios Anços e Arunca que lhe servia de fosso natural.
Com a extinção da Ordem, os domínios de Soure e seu castelo passam para a Ordem de Cristo, através de Bula papal de 14 de Março de 1319, constituindo-se de imediato como cabeça de Comenda.
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