Existem dois tipos de investigadores que costumam abordar a temática Templária: O tipo tendencioso, supérfluo, que procura criar à sua volta uma aura de sensacionalismo mítico e bacoco, com o intuito mais ou menos velado de se juntar aos famosos, inflados do mais completo vazio, mestres da futilidade.
Não passam de mais do mesmo; ou seja, coloridos papagaios que repetem até à exaustão as milhentas asneiras literárias daqueles que, na sua douta posição de donos da História, as vêm impingindo do alto do seu pedestal e da sua incontestável autoridade. Arautos das verdades absolutas, que de absoluto só têm a sua imensa ambiguidade. Gente que baseia as suas teorias em esoterismos esquizofrénicos e em documentos históricos de autenticidade duvidosa. Gente que manipula pretensas provas irrefutáveis ao sabor das suas conveniências pessoais ou, são eles mesmos, manipulados por forças obscuras com interesses inconfessáveis. Gente que se deleita em trazer na sua esteira de enganos, todo um exército de templários de fim-de-semana, que veem em cada pedra um mistério, em cada buraco o ouro Templário. O tesouro do Templo era o seu conhecimento, a sua disciplina, a sua dedicação ao empreendedorismo e ao criterioso aproveitamento dos recursos da terra. Esse era o seu verdadeiro Tesouro.
O outro tipo de investigador, caracteriza-se pelo cuidado na abordagem histórica, procurando as fontes não só na História oficial (que filtra criteriosamente) mas também através de um dedicado trabalho de campo. Executa uma minuciosa pesquisa local e procura as indeléveis pistas que o conduzem aos vestígios sobreviventes. Procura na tradição popular que tantas vezes encerra a 'chave' para o sucesso da investigação. E é nessa busca dedicada e incansável que, de vez em quando, tropeça em tesouros guardados durante séculos por gerações de gentes que, perante a total indiferença dos outros, se veem por vezes, num verdadeiro beco sem saída por não acharem a quem os transmitir. Espólios que de outra forma se perderiam para sempre, são assim resgatados, fruto de autênticas demandas pessoais. Daí acontecer, como que por milagre, o surgimento de notícias preciosas sobre os pertences de determinado cavaleiro Templário, sepultado há séculos em propriedade de família rústica, que se dispõe a doá-los a determinada Ordem discreta, ou de colecções de pergaminhos importantes, há muito esquecidos, que preenchem muitas das lacunas históricas, revelando segredos e memórias desconhecidas de Comendas Templárias. Quer o destino que, merecedora dessas doações, a Ordem se constitua fiel depositária desses espólios.
Que continuem sob sua protecção. Até ao momento da sua transmissão.
__________________________
Eterna gratidão aos nossos amigos da Açafa. Fiéis guardiões da memória material e espiritual dos irmãos Templários.
Sem comentários:
Enviar um comentário