Fragmentos de tempo

21 de Janeiro de 2012


[ ... vou todos os dias até ao castelo. Costumo subir à velha torre sineira da Porta do Sol. Da antiga e já desaparecida capela de Santa Maria. Guardo ainda um punhado de terra do adro, da época em que ela ainda existia ... ] 

[ ... Ah... então o velho Frei Leote continua a tratar da horta do mocho! O velho matreiro que deixava entrar os miúdos na horta grande, quando a fome grassava pela cidade e que depois de o Prior descobrir e mandar tapar as passagens subterrâneas por onde eles entravam, atirava os "restos" dos produtos hortícolas para o exterior da muralha para os pequenos fedelhos os recolherem enquanto o Prior fingia não ver. Eram os "ratos da horta". Histórias com quase cinco séculos ... ] 

[ ... os passeios ao bosque são sempre mágicos. 
Mágico é o banho matinal no lago, onde mergulhado na água, vejo as andorinhas fazer voo rasante a poucos centímetros da minha cabeça, entretidas a refrescarem-se ... ] 

[ ... o privilégio de se ser Templário. De poder pela manhã ter acesso aos velhos textos dos frades beneditinos da pré-Santa Maria do Olival, dos registos dos "Bezerros" e das memórias do velho castelo. Dezasseis volumes ignorados do mundo. Como a História conhecida é tão diferente da verdadeira! Que privilégio poder olhar estes livros! Memórias que um dia voltarão a Thomar ... ] 

[ ... Que divina sensação, cavalgar por estes bosques como o faziam os nossos irmãos há 800 anos atrás! É este o Graal que temos como missão guardar ... ]

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