Uma doaçaõ que fez o Senhor Rey Dom Sancho I.
Della consta ser Mestre do Templo Dom Lopo, e por isso o 5. Mestre, he a Doaçaõ da Idanha a Velha.
Em nome de Deos. Amen. Como quer que o costume tenha força de ley, e por authoridade da ley, conhecemos que as obras dos Reys devem ficar gravadas em escripturas, porque desta sorte naõ possaõ perder se da memoria dos homens, e por ellas sejaõ presentes a todas as couzas que muitos annos passaraõ. Por tanto, Eu Sancho por graça de Deos Rey de Portugal juntamente com minha Mulher a Rainha Dona Dulce, e com meos Filhos, e Filhas faso Carta de Doaçaõ, e perpetua firmeza a vós Mestre Dom Lopo, e a todos os Freires da Milicia do Templo assim presentes, como futuros, daquella Cidade que se chama Idanha, a qual meo Pay o Illustrissimo Rey Dom Affonso de boa memoria já em outro tempo tinha dado aos Freires vossos para a povoarem, a qual está situada entre a Covillam, e Monsanto, e o Rio Tejo, e a serra de Veleza. Esta sobredita Cidade damos a Deos, ha caza da Milicia do Templo, para que a possuais, e tenhais para sempre por direito hereditario do mesmo modo que tendes, e possuis as outras terras da vossa Ordem em meo Reyno o qual está junto aos Reynos de Hespanha. E concedemos a vós firmemente que a tinhaes, e possuaes para sempre com todos os seos termos, e demarcações novas, e velhas, assim como melhor as puderes achar, e ter, com toda a inteireza de direito que na tal Cidade nos podia pertencer. E isto fazemos por Deos, e pelo bom serviço, que de vós, e dos Freires do Templo temos recebido, e cada dia recebemos ; e por dous Castellos que de vossa maõ temos, a saber Mogadouro, e Penas roxas. Por tanto todo aquelle que vos guardar, e a vossos sucessores este meo feito inviolavelmente seja bendito do Senhor. Amen. E aquelle que presumir quebralo, ou diminuilo incorra na ira de Deos Omnipotente ; e o que elle fizer, seo sucessor o tenha por irrito, e de nenhum vigor. Foi esta Carta feita em o Porto do Douro, aos vinte, e tres dias de Janeiro da Era de mil duzentos, e trinta e cinco* ; sendo passados onze annos do nosso reinado, e sendo o terceiro da povoaçaõ da dita Cidade.
Nós os Reys que esta Carta de perpetua Doaçaõ, e comcambio mandamos fazer em prezença dos abaxo assignados a roboramos, e puzemos nella os signais seguintes -)-)-)--.
Martinho Arcep. de Braga ........................ conf.
Martinho Bisp. do Porto ........................... conf.
Pedro Bisp. de Lamego ............................. conf.
Niculao Bisp. de Vizeu .............................. conf.
Pedro Bisp. de Coimbra ........................... conf.
Payo Bisp. de Evora ................................. conf.
Sueiro Bisp. de Lisboa .............................. conf.
Gonsalo Mendes Mordomo mór ............... conf.
Rodrigo Mendes Alfers mór ..................... conf.
Gonsalo Valasques ................................... conf.
Rodrigo Vasques ...................................... conf.
Rodrigo Suares ........................................ conf.
Raimundo Paes Senhor de Covelham ..... conf.
Joaõ Fernandes Trinchante mór ............. conf.
Martinho Fernandes ............................... conf.
Sueiro Soares ........................................... test.
Egas Paes ................................................ test.
Pedro Nunes ............................................ test.
Pedro Gomes ........................................... test.
Fernando Nunes ..................................... test.
Martim Nunes ........................................ test.
Juliano Notario da Corte.
Gonsalo Conigo do Porto a escreveo.
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* 1197
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