Por vezes temos aberto os nossos arquivos para revelar neste espaço informação reservada cujo conteúdo poderá esclarecer alguns dos enigmas sobre vestígios Templários em Portugal. São dados que escolhemos com cuidado e publicamos de uma forma um pouco codificada e notoriamente incompleta.
Por um lado, procuramos "obrigar" os nossos leitores a decifrá-los. Por outro, tentamos precaver-nos daqueles que dizem não acreditar em nós mas que depois usam o que escrevemos como sendo da sua autoria. No entanto faltar-lhes-á sempre a "chave".
O que aqui vamos revelar tem a ver com algo que insistentemente nos têm questionado e que se prende com um enigma de Tomar; a pedra que se encontra na base da torre sineira da igreja de S. João Baptista.
A igreja de S. João Baptista de Tomar.
A seta vermelha indica a "pedra dos leões"
Representação da Árvore da Vida
(Uma velha fábula oriental)
Trata-se de parte do tímpano do portal da desaparecida igreja de Santa Maria do castelo Templário de Tomar que ficava situada intra-muros junto à Porta do Sol.
Esta pedra teve um percurso bastante acidentado desde que a referida igreja foi mandada desmantelar pela primeira vez (sofreu mais de uma destruição), ficando esquecida na sua cripta. Mais tarde foi colocada no tímpano da porta frontal da primitiva igreja de S. João Baptista, tendo depois aparecido na estranha posição que ocupa actualmente.
A história de parte desse percurso encontra-se vertida no extraordinário relato de um mestre de obras quinhentista que salvou este testemunho de ser destruído e de ter assim desaparecido para sempre.
Contido no vasto volume que trata das obras executadas no património Templário ao longo da História, encontra-se o processo de um Mestre Pedro que esteve envolvido nas obras manuelinas que desfiguraram a primitiva "charola" e de que resultou o desmantelamento do antigo templo dedicado a S. João Baptista para ser construído o actual.
Em tom de revolta e alguns laivos de conspiração ele nos descreve:
"...Triste sina a que condena hoje estas velhas pedras... muito mais triste desde que trouxeram o maldito Prior [...?!] para estas paragens Templárias... tudo tem destruído o raivoso!"
"...tenho ordens para retirar a pedra dos leões e lançá-la em pedaços no entulho do novo piso da base da torre da igreja. Que falta de respeito pela Ordem do Templo!".
"...correndo imensos riscos emparedámos esta noite a laje Templária sob grosso reboco na base da torre do lado de fora... rogo a Deus que assim permaneça oculta e se salve no futuro..."
"...os demais ornamentos foram mandados lançar nas obras das muralhas do castelo...."
...e assim ficou até ter sido destapada numa das primeiras obras de restauro, mal documentada por a sua origem e significado não terem sido compreendidos na altura. Este Mestre Pedro faz-nos depois a descrição pormenorizada da igreja de S. João Baptista e da de Santa Maria do Olival na sua traça primitiva. No seu relato confirma-se que ambas estavam afastadas das suas torres.
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Temos referências que nos dizem que esta pedra veio de Jerusalém trazida pelo Mestre Gualdim Pais. Faria parte de uma das portas da cidade que fora destruída na tomada definitiva de Jerusalém por Ṣalāḥ ad-Dīn Yūsuf ibn Ayyūb conhecido no mundo cristão por Saladino e estaria numa cave abandonada.
Podemos, como exemplo, ver como seria o aspecto do conjunto por comparação com a imagem seguinte. Os mais atentos notarão algo de familiar na verga onde assenta o tímpano...
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