8º Mestre em Portugal
Agosto 1212 - Dezembro 1221
Cavaleiro português da Ordem do Templo no reinado de D. Afonso II
D. Fr. Pedro Álvares foi eleito por Capítulo da Ordem a 18 de Agosto de 1212. Sucedeu ao Mestre D. Fr. Gomes Ramires e foi o segundo Mestre nos três reinos de Portugal, Castela e Leão.
Descendente da nobreza árabe de Santarém, cujos pais se haviam convertido à fé cristã, cedo entrou para a Irmandade Templária apadrinhado e protegido pelo velho Mestre D. Gualdim Pais.
Em 1191, no rescaldo da grande invasão de Yacub Al-Mansur e ainda sob o governo do saudoso Mestre Gualdim, Fr. Pedro Álvares distinguiu-se pela sua valentia na inteligente estratégia do resgate de cristãos cativos e escravizados pelos mouros na pedreira subterrânea de Alvito, Alentejo. Tinha apenas 27 anos e por esse facto ficou mais conhecido por Fr. Pedro Alvito.
No dia 9 de Abril de 1214, já como Mestre do Templo, recebe de D. Afonso II a confirmação das doações de Idanha-a-Velha e Idanha-a-Nova.
A 1 de Novembro desse mesmo ano de 1214, o soberano português faz-lhe a doação definitiva de Vila Franca da Cardosa.
Um ano depois, a 2 de Outubro de 1215, o Mestre dá Foral à povoação, mencionando-a já pelo nome de Castelo Branco.
Em Abril de 1216, Mestre Pedro Álvares faz doação do local de Asseiceira (Thomar) a Paio Farpado para a instituição de uma albergaria e hospital de apoio aos caminhantes.
É durante o seu Mestrado que a Ordem do Templo em Portugal sofre uma continuada pressão por parte do bispado de Lisboa para que as igrejas edificadas em Thomar lhe prestem contas, apesar de estas se encontrarem isentas, pela abdicação que fez em 1159 o então bispo de Lisboa, Gilberto de Hastings, de todo o território de Ceras (Thomar), em concordata com os Templários Portugueses em troca pelo eclesiástico de Santarém.
O Mestre enfrenta a ganância do bispo que parece ter memória curta.
Serão precisas, neste mesmo ano de 1216, mais três bulas papais a confirmar os direitos da Ordem do Templo para refrear as "dúvidas" do bispo de Lisboa. A atitude corajosa do Mestre valeu-lhe a hostilidade de sectores da igreja que tudo fizeram para o desacreditar e derrubar.
Em Novembro de 1220, os senhores de Cicinio de Feria fazem ao Mestre a doação do castelo de Touro, tendo este, nesse mesmo ano, feito Foral à dita Vila. D. Afonso II nomeia-o um dos seus testamenteiros ordenando aos infantes, seus filhos, que quando tivessem idade para administrar os seus bens, fizessem doação à Ordem do Templo de uma determinada parte das suas riquezas. Recebe ainda em 1221, uma doação dos habitantes da Guarda. Neste mesmo ano de 1221, a 30 de Dezembro e por razões de saúde, D. Fr. Pedro Alvares renuncia ao Mestrado, passando a simples Cavaleiro da Ordem.
Vítima de continuada calúnia que a igreja alimentara até então contra si, acusando-o inclusivamente de operações fraudulentas de dinheiros, morre a 12 de Janeiro de 1224, com a idade de 60 anos e 9 de Mestrado, triste e desiludido com a maldade dos homens que se dizem representantes de Deus na Terra.
Foi sepultado na igreja "circular" (charola) de S. João Baptista, na fortaleza Templária de Castelo Branco. Pouco tempo depois e por deliberação da Ordem, os seus restos mortais foram trasladados e depositados no Panteão dos Mestres, na igreja de Santa Maria dos Olivais em Thomar.
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