5º Mestre em Portugal 1193-1199
Cavaleiro Português da Ordem do Templo, no reinado de D. Sancho I.
Eleito pelo Capítulo reunido em 8 Outubro de 1193, D. Fr. Lopo obtém confirmação régia como sucessor do mestrado de D. Fr. Gualdim Pais. Cavaleiro Templário favorito e protegido de Mestre Gualdim, foi seu Lugar-Tenente e Comendador de Thomar, tendo administrado a Ordem, entre Abril e Outubro, período em que foi intitulado Mestre de Thomar.
"...vobis D. Gualdino, Lupo Praeceptori de Thomar Fratribus Templi. Facta Carta in mense Januarii Era M.CCXXV."
Em 1197, el-Rei D. Sancho I. faz escriptura de doação da Idanha-a-Velha (doada pela segunda vez, pois já tinha pertencido à Ordem) ao Mestre D. Lopo, quase quatro anos após a morte de Mestre Gualdim.
" Ego, Sancius Dei gratia Portugallentium Rex facio Cartam donationis, perpetuae firmitudinis vobis Magistro D. Lupo, universis Fratibus Militiae Templi presentibus, futuris de Civitate illa vocatur Egitania. Facta fuit Carta haec apud Portum Dorii X. Calendis Februarii E. M.CCXXXV."
Dois anos depois, em 1199, o mesmo Rei faz a Mestre Lopo doação da região da Açafa (hoje Rodão), vasto território ao longo de ambas as margens do Rio Tejo.
"Ego Sancius Dei gratia Portug. Rex una cum Filio meo Rege D. Alfonso facio Cartam vobis D. Lupo Fernandi Magistro Militiae Templi in Regno nostro, Fratribus vestris tam presentibus, quam futuris de Asafa. Facta fuit haec Carta apud Covelia nam V. die Julii Era M.CCXXXVII."
Foi efémero o Mestrado de D. Lopo Fernandes. De Outubro de 1193 a Agosto de 1199. Ao serviço de D. Sancho I. e quase seis anos após ter sido eleito Mestre dos Templários Portugueses, morre em combate contra as forças leonesas durante o cerco de Ciudade Rodrigo. A seu lado toma a morte também outro famoso Cavaleiro; Nuno Fafes. Contava a Ordem oitenta anos de existência oficial. É sepultado na Igreja de Santa Maria dos Olivais, em Thomar, com a presença de el-Rei D. Sancho I. que depois lhe manda fazer um magnífico túmulo em pedra ricamente lavrada com a imagem de Cavaleiro, onde se podia ler no friso:
"É neste túmulo Frei Lopo Fernandes, Mestre da Ordem do Templo de Salomão neste Reino, morto em Castela ao serviço de Deus e de El-Rei D. Sancho I de Portugal. Descanse em Paz. E.M.CCXXXVII."
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Mais tarde, no reinado de D. João III, e sem respeito pelos ilustres mortos, foi construída uma sacristia no lugar da capela funerária e a bela sepultura de D. Fr. Lopo Fernandes (como as da grande maioria dos Mestres Templários) foi destruída e desapareceu, salvando-se apenas o registo escrito (Vitulum Binarium) onde consta a magnífica iluminura que ilustra o seu túmulo. Foi este o mandado oficial do famigerado reformador geral e inquisidor fr. António de Lisboa.
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