Castelo de Penha Alva

17 de Junho de 2011


Castendo era o antigo nome de Penalva do Castelo. Em tempos ainda mais recuados foi também conhecida por Vila Nova de Santo Sepulcro. Enquanto que de uma retirou o nome da Ordem, donatária de toda a região (Ordem do Santo Sepulcro), da outra retirou não só o nome do castelo que ficava a pouca distância, como dele retirou, uma por uma, todas as suas pedras; o desaparecido castelo de Penha Alva. Divide estes dois lugares o rio Dão. Une-os, para além da História, uma ponte antiga conhecida por Ponte do Castelo. 

Ponte do castelo 

Hoje, existem no lugar do antigo castelo, os restos do velho mosteiro do Santo Sepulcro; algumas casas à volta de um pátio fechado onde facilmente se imagina a muralha exterior, à qual estavam adossadas, que as circundava e protegia. À entrada, a enigmática igreja do Santo Sepulcro. É nela que vamos basear o nosso relato histórico, com imensa pena pelo que de tão pouco nos é permitido contar. 


Casas do Mosteiro 

Gondomar foi um dos dois cavaleiros portucalenses que fizeram parte dos nove fundadores da Ordem dos Templários que em 1118 apresentaram a Balduíno, monarca cristão na Cidade Santa, o projecto da Ordem. 
Moçarabe, conhecido pelos Irmãos como Conde Omar (Omar ibn-Akim nas crónicas árabes) e popularmente como Gondemar, participou no dia 15 de Julho de 1099 na tomada cristã de Jerusalem, sendo dos primeiros a atravessar a antiga Porta dos Peregrinos e também dos primeiros a ficar impressionado com a feroz matança que se seguiu. 
De Jerusalém, recolheu as primeiras relíquias que trouxe para o condado portucalense e que, em segredo, entregou à guarda dos freires da Ordem do Santo Sepulcro do Castelo da Penha Alva. 

Pequena igreja do Santo Sepulcro 

Em 1110, e após anos de tentativas por parte das altas autoridades eclesiásticas para descobrirem o paradeiro das ditas relíquias, os freires viram-se obrigados a escondê-las nas proximidades, num local que sabemos hoje chamar-se de Penedo dos Mouros, pouco antes de todo o castelo ter sido completamente revirado em consequência da referida busca. 

Ainda na época, as tão assediadas relíquias foram novamente recuperadas pelos monges e escondidas (podemos hoje dizê-lo) no túmulo do nosso querido Irmão Gondemar, sepultado no interior da igrejinha do Santo Sepulcro. 

Dalí, após tomar conhecimento do seu paradeiro, o saudoso Mestre Gualdim as recuperou, no longínquo dia 8 de Agosto de 1164 e as levou para Thomar. Por tal acontecimento ficou conhecido na época, dentro da Ordem, como o lugar mais sagrado do reino. Ainda por tal facto, e já no decurso das ruinosas obras de Fr. António de Lisboa efectuadas na igreja de Santa Maria dos Olivais em Thomar (no reinado de D. João III), foi para ali trasladado (para o mesmo túmulo, na pequena igreja do Santo Sepulcro) um dos quatro vasos funerários contendo os restos mortais do velho Mestre Dom Gualdim. Umas e outras, ambas as relíquias foram resgatadas e descansam hoje sob a protecção atenta dos velhos Guardiões da Ordem… 



3 imagens exclusivas do nosso arquivo

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