és apenas ar em movimento.
Mas eu sei que és mais...
muito mais...
Tento ver-te e não consigo
mas sei que existes
porque te sinto...
Porque me trazes, na Primavera,
o doce aroma das flores de Maio
desprendido por ti, suavemente,
das varandas suspensas do palácio...
Porque no calor do Verão,
após o inferno da batalha,
despida a cota de malha,
sinto a frescura da tua brisa ...
Porque nas calmas tardes de Outono,
fazes dançar as folhas das árvores
num doce murmúrio de encantar,
dando a mão aos ocres do ocaso...
... porque este Inverno, vento,
sopraste forte no meu telhado
numa tentativa desesperada
de me chamares a atenção
...eu sei que existes, irmão,
entraste esta noite, de mansinho,
fazendo dançar levemente
as cortinas do meu quarto...
quando os meus olhos
finalmente se fecharam,
eu vi-te... tal como és
Bateste as tuas asas
e levaste-me contigo...
Poema árabe, séc. XII
" Presas de guerra "
(1ª tomada de Silves)
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