Quão fundo me deixarão penetrar nos segredos do Arquivo?
Poderei mergulhar no tempo até onde à memória se junta o mito? Talvez... Cada palavra destes escritos é um fantasma do passado que me assalta a alma, criando ligações com outros escritos de outras eras.
Até onde poderei ir?
Vejamos este aqui... Braga, a velha Braga dos Bragões celtas. Não te bastou terra Lusa. Tua gesta sedente de horizontes, partiu e fundou Bargónia. Invisível, o cordão umbilical... Braga-Bargónia. Borgonha-Braga. Diz-se que o bom filho à casa torna.
E este... Per.º Afonso. Filho de Moniz. Vida efémera de Henriques que o destino trocou e a morte mascarou. Irmão que a Ordem fez proclamar Rei, do cimo do seu Signum. Chamemos-lhe apenas de Afonso, o primeiro de Portugal.
Reino bastardo? Não.
Henriques e Moniz serão filhos unos da mesma gesta.
E ainda este, que nos concede a terça parte da conquista do Sul. A terça parte duma grandeza que nos iria dispersar e recusámos. E com El-Rei, em Nisa, fizemos nascer Avis, filha do Templo. E com ela fizemos a ponte para o Reino do Sul. Onde ainda somos.
Ah, o Arquivo do Templo... Tão pouco partilhado e sempre, sempre oculto por necessário, pois quanta treva nos tem dado o mundo.
Luz e treva. Treva e Luz. Quanta Luz nos deu Alexandre! Quanta Luz lhe juntou a Lusitânia...
E unindo tudo, o invisível umbilicus sanguine.
Re-velando mistérios esquecidos.
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