O rato e o falcão

3 de Junho de 2014


- Que se passa Irmão? Tenho vos visto ultimamente de sobrolho franzido. Quereis por ventura partilhar vossas preocupações? 
- É que quanto mais aprendo convosco, Mestre, mais me apercebo do perigo de todo este conhecimento um dia cair em mãos erradas. Isto para não falar de todos os nossos outros tesouros que guardamos. Muitos nos cobiçam e alguns até já andam com o nosso manto branco, fazendo-se passar por nós, à revelia do estabelecido no capítulo XXI da nossa Regra! 
- Sossegai. Já vos contei a história do rato e do falcão? Não? Então escutai... 

" O rato, querendo o conhecimento da Terra só para si, explorou-a minuciosamente, construindo nela uma rede de túneis. Assenhorando-se dela, logo se tornou líder de outros ratos. Vaidoso e convencido como era, veio à superfície guinchar para que todos os outros animais o ouvissem:
- Ninguém conhece a Terra como eu a conheço!
Eufórico, sentiu-se elevar de repente no ar e, lá bem no alto, experimentou pela primeira vez uma fugaz visão da Terra real, antes de morrer entre as garras do falcão que o capturara." 

- Por isso não vos preocupeis, Irmão. Assim como o falcão tem a verdadeira noção da Terra vista do alto do seu voo, assim o verdadeiro Templário tem o amplo conhecimento da Verdade que todos procuram. Já não sois apenas Cavaleiro do Templo. Hoje sois falcão. Amanhã sereis Guardião desse conhecimento. 
Os "ratos" que vos apoquentam, esses, conhecerão apenas a face exterior dos nossos muros.

...ou o poder das nossas garras, se ousarem transgredi-los.

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