Morte branca

13 de Julho de 2011


13 de Julho de 1190. Castelo de Thomar. 

A notícia da mortal vaga muçulmana era conhecida há vários dias. Agora a maré verde e negra tinha chegado. A razia só parara, junto ao poderoso alambor da fortaleza Templária. Perante a enorme diferença numérica todos davam como inevitável a destruição de Thomar. 

"Nem todo o nosso valor guerreiro chegaria para travar os constantes assaltos à porta sul do castelo. Os assaltantes morriam às centenas sob os golpes certeiros dos cavaleiros do Templo. Mas os nossos também iam sucumbindo. E éramos tão poucos..." 

Mestre Gualdim Pais tomou então a decisão que pensara nunca vir a tomar. Era isso ou perecer. Os poços de água que se encontravam na vertente sul do monte já haviam sido usados pelos árabes nos primeiros dias sem problemas. Bebiam a água à confiança. O que não sabiam é que dentro do castelo, perto do Oratório havia uma fonte que se infiltrava numa corrente subterrânea e que por sua vez alimentava esses poços. 

"E os Mestres boticários fabricaram a temível "Candida Puella" a que chamavam a 'morte branca'. E o exterior do castelo de Thomar tornou-se um vasto campo de agonia e morte..." 

"vitulum binarium"

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