Os idosos sempre mereceram o devido respeito da Ordem e é com muito carinho que publicamos sobre eles. Chamam sempre a nossa atenção casos como este que correm na internet e que passamos a relatar:
“Quando um velho homem morreu na enfermaria de um lar de idosos numa cidade do interior julgou-se que não teria com ele nada de valor. Mais tarde quando as enfermeiras recolheram os seus poucos pertences encontraram este poema que impressionou toda a equipa.
VELHO RANZINZA...
O que vês tu enfermeiro? O que pensas quando estás a olhar para mim?
O que vês tu? Um homem casmurro, não muito sábio, incerto de hábitos, de olhar distante?
Que depenica a comida sem fazer comentários, quando dizes em voz alta -“Eu gostava que você tentasse!”, que parece não perceber as coisas que dizes, e está sempre a perder uma meia ou um sapato? Que, resistindo ou não, permite fazer o que queres, como se o banho e a alimentação preenchesse o meu dia inteiro? É nisso que estás pensando? É isso ... o que tu vês? Então abre os olhos enfermeiro, porque não estás a olhar para mim. Vou-te contar quem eu sou. Continuo, ainda, aqui sentado, obedecendo como posso ao teu comando, comendo conforme a tua vontade. Mas...
Eu sou uma pequena criança de dez anos com um pai e uma mãe, irmãos e irmãs... que se amam. Um rapaz de dezasseis... com asas nos pés, sonhando encontrar em breve sua amante.
Um noivo logo aos vinte... o coração dá-me um salto. Lembrando os votos... que prometi manter. Aos vinte e cinco... tenho agora a minha própria juventude. Quem precise de mim para o guiar... e um lar seguro, feliz.
Um homem de trinta... a juventude avançou rápida, ligados um ao outro... com laços que devem durar.
Aos quarenta, meus filhinhos pequenos... cresceram e se foram. Minha mulher está ao meu lado... e vê que eu não lamento.
Aos cinquenta, outra vez,... bebês a brincar no joelho. Mais uma vez, as crianças... minha única amada e eu.
Dias sombrios sobre mim... minha mulher está morta. Olho o futuro... tremo de pavor. Meus jovens estão todos criados... na sua própria juventude.
E penso nos anos... e no amor que vivi.
Sou agora um velho homem... e a natureza é cruel. É doloroso ver fazerem a velhice... parecer uma tolice. O corpo desintegra-se... a graça e o vigor, partem.
Existe agora uma pedra... onde houve antes um coração. Mas dentro desta velha carcaça... habita ainda um jovem e agora e de novo... meu maltratado coração bate forte.
Lembro as alegrias... eu me lembro da dor. E estou amando e vivendo... a vida outra vez. Acho que os anos, muito poucos... foram embora muito rápido. E aceito o facto gritante...de que nada pode durar.
Então abre os olhos... abre-os e vê. Eu não sou um homem casmurro. Olha mais de perto... e vê-me... A MIM!
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Lembrai-vos disto da próxima vez que vos cruzardes com um idoso. Olhai-o na alma jovem que subsiste dentro dele. Só o corpo envelhece...
As coisas mais belas deste mundo não podem ser tocadas.
Devem ser contempladas apenas com o coração.
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